Foi inaugurada a 18 de Janeiro último e prolonga-se até 27 de Maio próximo. É a exposição «Anatomia de uma Pintura», comissariada por Alexandra Markl e por Celina Bastos, n(o piso 1, sala 50, d)o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, e é assim apresentada no sítio na Internet da instituição: «Os dramáticos acontecimentos a que o pintor João Glama (c.1708-1792) assistiu levaram-no a pintar a tela conhecida como “O Terramoto de 1755”. Encenada como uma grande panorâmica das várias catástrofes que destruíram Lisboa nesse dia de Todos os Santos (tremor de terra, incêndio e maremoto), a pintura realça algumas das trágicas consequências vividas pela população. A recente intervenção de restauro a que foi submetida conduziu a um renovado olhar sobre esta pintura, na qual Glama trabalhou durante mais de 35 anos e que deixou inacabada. Os documentos entretanto reunidos permitem compreender melhor o artista e a sua vasta obra.» Manuel Augusto Araújo destaca também, em texto no blog Praça do Bocage, a importância da iniciativa… e da obra à qual aquela é dedicada: «João Glama começou a pintar o quadro imediatamente, quase sem desenhos preparatórios, recuperando alguns dos personagens de estudos muito anteriores, alguns feitos quando estava em Roma. O propósito do pintor era “escrever” uma narrativa feita de fragmentárias narrativas em que também participa. Dar uma ideia “cinematográfica” do acontecimento num cenário de destruição e desolamento que o tratamento das ruínas acentua. Em tantos anos de trabalho Glama vai mudando perspectivas e personagens, como as análises de raio-X revelaram. Provavelmente o impacto do terramoto, em Portugal e no mundo, conduzem-no a alterações que, não sendo substantivas, não deixam de ser relevantes.» (Também no MILhafre.)
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