Após o terramoto, a reconstrução
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O «mito» do reinado de Luís XIV

Em 21 de Março último fizemos aqui referência a um texto de Daniel Santos Sousa no blog Corta-Fitas sobre um dos mais fascinantes e polémicos reis de Portugal, com o título «Desfazer antigos mitos – O reinado de D. João V». No passado dia 2 de Setembro o mesmo autor publicou um texto em que aborda outro monarca, desta vez estrangeiro, mas segundo a mesma perspectiva, intitulado «Luís XIV – A construção de um mito». Justifica-se lê-lo na íntegra, mas eis um excerto: «Este é um reinado dinâmico que abre portas para a transformação política e social. Ao lado de teorizadores do direito divino como Bossuet, surgem os teóricos do laicismo e do individualismo (Montesquieu). Numa França amordaçada pelas guerras da religião consegue com habilidade subjugar a nobreza e, não hesitando em explorar esse sucesso, logra disciplinar e subordinar aquele grupo através de um minucioso cerimonial que concretizará a hegemonia da coroa. A mesma nobreza que, prisioneira da redoma dourada de Versalhes, tornar-se-á refém desse esplendor, no fundo a sua própria decadência. Mas é dessa redoma que saem os ministros e os embaixadores do Rei Sol, e, um fenómeno curioso: a importância da mobilidade. Na alta burguesia, a “noblesse de robe“, começa a ascender socialmente, recebendo cargos no governo e aproximando-se da velha nobreza. São dois mundos em conflito: um medieval e feudal, do qual a hegemonia régia se liberta, e outro na dianteira do estado moderno, que os tratadistas procurarão identificar (Maquiavel, Hobbes).»

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