Há um novo livro sobre a Ópera do Tejo. Na verdade, e mais especificamente, é o primeiro livro unicamente sobre a Ópera do Tejo.
Apresentado, por Mário Vieira de Carvalho, a 29 de Março último no (salão nobre do) Tribunal da Relação de Lisboa, editado pela Caleidoscópio, «Ressuscitar a Ópera do Tejo – O Desvendar do Mito», de Aline Gallasch-Hall de Beuvink, «surge como resultado de uma investigação levada a cabo pela autora no âmbito do seu doutoramento em História, realizado em 2012, na Universidade de Évora, com orientação de Fátima Nunes e de Rui Vieira Nery. A tese, com o título “A cenografia e a ópera em Portugal no século XVIII: teatros régios, 1750-1793”, centra-se no estudo dos reinados de D. José e de D. Maria I até à fundação do Teatro de São Carlos, em Lisboa, sendo a continuação do seu percurso de Mestrado e Licenciatura em História e Cultura Pré-Clássica e História da Arte, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.»
Em entrevista concedida ao Diário de Notícias cerca de um mês depois, Aline Gallasch-Hall de Beuvink deu mais detalhes do seu livro e do estudo que está na base daquele. O (grande) «mito» em que se tornou a Ópera do Tejo comporta pelo menos, na perspectiva da historiadora, sete outros «mitos» menores, que, devidamente «descodificados», vieram a revelar outros tantos factos. Dos quais o mais importante é, sem dúvida, a persistência material do edifício, de partes da sua estrutura que viriam a ser aproveitadas e integradas na reconstrução (da Baixa) de Lisboa após o terramoto de 1755. «”Aqueles mármores, aqueles bronzes, aqueles interiores, as madeiras exóticas, todos os efeitos decorativos que deslumbraram estrangeiros habituados a outros teatros na Europa e que ficaram maravilhados, é claro que isso desapareceu”, concede Aline. “Só o esqueleto do edifício, de pedra, ficou. E, de facto, nós podemos, encontrá-lo.” Refere-se aos arcos que se vêem na imagem e que, segundo a sua investigação, são os que foram aproveitados para o edifício que actualmente pertence à Marinha.»
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