Mais de 260 anos depois de ter ocorrido, o terramoto de 1755 continua a suscitar um fascínio que parece inesgotável e infindável. Fascínio, interesse, quase obsessão que se expressam não só nos âmbitos da história e da cultura, onde através das diversas formas artísticas várias evocações e recriações vão surgindo, mas também na ciência, e mais concretamente na sismologia, a área que, afinal, é a primeira a merecer a primazia na sua análise. Exemplo recente disso mesmo é o artigo escrito por João Fonseca, professor e investigador no Instituto Superior Técnico, intitulado «A Reassessment of the magnitude of the 1755 Lisbon earthquake» («Uma reaferição da magnitude do terramoto de 1755 em Lisboa», numa tradução possível), publicado, com data de 7 de Janeiro deste ano, no Boletim da Sociedade Sismológica d(os Estados Unidos d)a América. Nele este especialista português defende a tese de que o terrível cataclismo que se abateu sobre a cidade capital de Portugal poderá não ter sido tão forte, tão intenso, quanto se pensa e se calcula, não terá, enfim, atingido o grau máximo da escala, o que, porém, não obstou a que os seus efeitos fossem devastadores e as suas consequências duradouras. Uma leitura que se recomenda. (Também no MILhafre.)
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