… Irá decorrer na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, na sua sala de formação do piso 2, entre as 10.30 e as 12.30 horas, um seminário de investigação intitulado «A perpetuação da propriedade privada – Máquinas e hidráulica na era das Luzes».
Eis o que está no texto de apresentação da iniciativa: «Reconstrói-se o caso pouco conhecido da bomba hidráulica fabricada pelo idraulico Carlo Castelli para reabilitar terras pantanosas nos perímetros nordeste do Lago de Como. A partir de um projecto local de reconversão de solos para agricultura, procura-se inspeccionar nas funções e desenho dos artefactos materiais as atitudes contemporâneas em relação à tecnologia e à ordem natural e social. De que forma as instituições e os naturalistas conceberam a intervenção técnica na natureza? Quais eram as bases políticas e económicas da prática de emulação de técnicas com origem noutros contextos geográficos? E como é que os especialistas em hidráulica abordaram filosoficamente as falhas e os erros técnicos durante o Iluminismo? Embora tenha recebido investimento e apoio governamentais para construir a sua máquina, Castelli fracassou no seu projecto de reabilitação de terras. Este estudo de caso italiano permite, assim, reconsiderar o papel público e social da própria tecnologia, bem como das estratégias de emulação no período das reformas iluministas.»
O encontro será iniciado por uma comunicação de Lavinia Maddaluno, investigadora em História Moderna no Departamento de Humanidades da Universidade Ca’ Foscari de Veneza, e cujo livro «Science and Political Economy in Enlightenment Milan, 1760-1805» constitui a base e o pretexto para este seminário, que requer inscrição prévia até ao dia 17 de Julho. A seguir virão os comentários dos investigadores Ricardo Noronha e José Miguel Ferreira, do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.