… N(a sala multimédia d)a Biblioteca Nacional de Portugal, a partir das 14.30, irá decorrer uma conferência com o título «As réplicas do terramoto de 1755 na filosofia em Portugal», incluído no ciclo «Ciência e Cultura – Quebrar Fronteiras». Na página do sítio da BNP sobre este evento pode ler-se (com erros ortográficos corrigidos na citação que se segue) que «o terramoto de 1755 constitui um fenómeno social total. Quer isto dizer que as réplicas do terramoto são físicas mas também políticas, institucionais, religiosas e filosóficas, num bem conhecido movimento que viria a abalar toda uma visão do mundo – o declínio da teodiceia será, porventura, uma das consequências filosóficas mais conhecidas do desastre de Lisboa na mentalidade europeia. Face à imensidão do desastre, duas formas de olhar entram em cena: a busca da explicação e a demanda do sentido. Grandes e pequenas explicações articulam-se, tentando pensar o inédito. Nesta conferência revisita-se o impacto do terramoto no pensamento filosófico português do século XVIII, descrevendo quer as tentativas de explicação do desastre, quer as narrativas que lhe tentaram circunscrever o sentido.»
O orador será Bruno Barreiros, que «é, actualmente, investigador do CHAM-Centro de Humanidades (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) e Professor de Psicologia e Filosofia no Colégio Marista de Carcavelos. As suas investigações mais recentes cruzam a filosofia, a história da medicina e da psiquiatria e, mais recentemente, o estudo das formas de intelecção superior e dos limites da razão, tal como surgem teorizados na tradição literária, médica e mística. A este propósito, as suas publicações actuais têm-se centrado nos conceitos de génio como manifestação da loucura (Fernando Pessoa), na ideia de sono lúcido como via de acesso à verdade e ao inconsciente (magnetismo animal, Abade de Faria) ou no conceito de alienatio mentis na tradição mística cristã (Paulo de Tarso, Boosco Deleitoso)».